Segue um breve comentário do livro, retirado da Bíblia A Mensagem (em
linguagem contemporânea) do autor Eugene H. Peterson.
Deuteronômio é um sermão – na verdade, uma série de sermões. É o
sermão mais longo da Bíblia e, talvez, o maior de todos os tempos. Deuteronômio
apresenta Moisés em pé, nas campinas de Moabe, pregando a todos o Israel reunido
diante dele. É o último sermão de Moisés. Depois de concluí-lo, ele deixou o
púlpito, na planície, subiu a uma montanha e morreu.
O cenário é inspirador e carregado de emoção. Moisés havia entrado na
história bíblica da salvação como um bebê nascido no Egito sob ameaça de morte.
Agora, cento e vinte anos depois, ainda com a visão perfeita e caminhando “com
mola nos pés”, ele prega esse sermão fantástico e morre ainda transbordando
palavras e vida.
Esse sermão faz o que todos os sermões são destinados a fazer: reunir
as palavras de Deus, escritas e faladas no passado, e a experiência
humana, hereditária e pessoal da
congregação, e reproduzir as palavras e a experiência como um evento único no
momento presente. Nenhuma palavra que Deus disse pode ser considerada mero
artefato literário; nenhuma experiência humana é história morta a ser apenas
lamentada ou admirada. As repetições contínuas e insistentes que Moisés faz das
expressões “hoje” e “neste dia” em todos esses sermões mantêm o povo atento e
em atitude responsiva. A amplitude total da experiência humana é posta em foco
e levada à salvação pela revelação plena de Deus: “Vivam isso! Agora”.
As campinas de Moabe foram a última parada após a jornada de quarenta
anos desde a escravidão egípcia até a liberdade na terra prometida. O povo de Israel experimentou muitas coisas
como congregação: livramento, peregrinação, rebeliões, guerras, providência,
adoração, orientação. O povo de Israel ouviu muito de Deus: ordens, condições
da aliança, procedimentos relacionados aos sacrifícios. Agora, tensos diante do
rio Jordão, prontos para atravessar e tomar posse da nova terra, Moisés,
pregando seu grande sermão das campinas de Moabe, empenha-se para que eles não
deixem para trás, nem mesmo um detalhe de sua experiência ou da revelação de
Deus: ele põe toda a experiência da salvação e da providência no tempo presente
(capítulos 1-11), põe toda a revelação das ordens e da aliança no tempo
presente (capítulos 12-28), em seguida, embrulha tudo isso numa ordem, num
cântico e numa bênção, afim de enviá-los à fé e à obediência no tempo presente
(capítulos 29-34).
“Avante!”
De: Moisés escreveu a
constituição de um novo país. Hoje em dia, a constituição é um acordo entre “nós,
o povo” sobre como queremos nos governar. Mas Deuteronômio é um acordo entre um
Rei (Deus) e seu povo. Nos dias de Moisés, tratados entre reis e seu povo eram
comuns. Eles seguiam o formato que Moisés usava.
Para: Os escravos que
deixaram o Egito eram incentivados pelos milagres, mas entravam em pânico
diante da coragem e do trabalho que a vida de liberto exige num ambiente
perigoso. Por isso, Deus os manteve no deserto até que aquela geração medrosa
morresse e uma nova geração, mais corajosa, assumisse o lugar. Mas Moisés falou
como a nova geração como se a outra ainda estivesse presente para as
comemorações. Eles iriam viver o que seus pais não puderam.
Segue um vídeo especial que vem a acrescentar outros dados deste livro, feito pelo pastor Edson Choque (diretor da Escola Sabatina da Divisão Sul-Americana).