Na mente de muitas pessoas, a mensagem de que Deus é amor não coincide
com a realidade que elas observam. Como um Deus que ama permite tanto
sofrimento? Terremotos, fomes, guerras, violência, pobreza, miséria, todas
essas coisas parecem depor contra a aceitação de que Deus possa ser realmente
amor. Pode parecer cômodo explicar isso teologicamente, ou qualquer a dor não é
nossa. Dizemos para um doente que ele deve confiar em Deus. E nós confiamos
nEle? Quando é nosso filho que está jazendo em um leito de hospital,
desenganados pelos médicos, confiamos em Deus? E se ele vem a falecer, seguimos
acreditando que Deus é amor? Que amor é esse que permite que uma criatura
inocente sofra e que não atende ao clamor do nosso coração? Sem sombra de
dúvidas, o sofrimento humano é o grande teste em relação a aceitação da ideia
de que Deus nos ama. Tem sido assim desde os tempos da antiguidade e será
até o fim.
Os discípulos de Jesus encontraram um cego de nascença à beira do
caminho. Em sua cultura e tradição, a enfermidade poderia ser vista como uma
espécie de castigo divino por algum pecado cometido. Quanto mais pecaminoso o
ato, mais severa seria a doença infligida. Havia, contudo, uma questão
teológica que se levantava, pois era fácil explicar a realidade da enfermidade
dessa maneira, desde que o indivíduo a tivesse adquirido ao longo de sua vida.
Porém, e quando a pessoa nascia com alguma enfermidade? Surgiam duas
possibilidades: o bebê estava pagando pelo erro de seus pais, ou estava pagando
por algum pecado próprio cometido no ventre de sua mãe (os judeus acreditavam
que um bebê pode pecar mesmo antes de nascer, como fazia Esaú lutando contra
Jacó no ventre de Rebeca, cf. Gn 25:22).
Imagine o olhar de compaixão de Jesus para aquele homem, sobretudo,
para os próprios discípulos. Eles estavam imersos em uma cultura religiosa
errônea, e não conseguiam compreender as ações e ensinamentos de Jesus. Não
eram pessoas de má índole, ou mesquinhas para com o sofrimento alheio. Eles
eram cegos espiritualmente falando. Sua compreensão de quem era Deus os
impossibilitava de usufruir uma experiência mais profunda e feliz.
Os discípulos ouviam que Deus é amor, mas sua prática religiosa
ensinava o contrário. Em Sua misericórdia e terno amor, Jesus lhes respondeu
que aquela enfermidade NÃO era fruto de um desvio da lei de Deus, como um
castigo dado pelo Senhor. Mas que Deus usaria aquela situação de cegueira para
a glória de Deus e a transformaria em bênçãos na vida daquele homem e de tantos
outros. Jesus curou aquele homem, restabeleceu-lhe a saúde e a dignidade.
Não é verdade que ainda pensamos como os discípulos? Quando vamos
entender que o amor de Deus por nós é sempre o mesmo? Que, não importa o que
façamos, Ele continuará nos amando da mesma forma, pios Seu amor não está
condicionado às nossas ações nem é conquistado por nossa bondade ou esforço.
Desde toda a eternidade Deus escolheu nos amar, e por esse amor existimos.
Enquanto você lê esse texto seus pulmões se enchem de ar, seu coração
continua batendo, e talvez agora, por haver mencionado, você nota a respiração
e comece a ouvir o pulsar do coração em seu peito.
O Sol nasce e se põe todos os dias, independente de toda a malignidade
do ser humano, como se Deus estivesse dizendo a cada alvorada que ainda há
chance de salvação.
Na beleza e alegria, talvez seja fácil ver o amor desse Deus
maravilhoso. Porém é preciso que aprendamos a enxergar Sua bondosa mão em
meio aos momentos de dor e sofrimento. Aprenda a reconhecer o amor de Deus em
situações difíceis. Acredite que tudo o que acontece em sua vida é para seu
bem, porque Deus cuida de você e tem garantido PAZ ao seu CORAÇÃO. Talvez não
possamos dizer que as dores acabaram, que os problemas se tornaram mais fáceis,
ou que o corpo não enfrenta a doença. Na verdade, todos os acontecimentos seguem
como antes, mas de uma coisa temos certeza: TEMOS PAZ! E essa paz que não advém
de conhecimentos dos fatos, ou domínio das circunstâncias, faz com que o peso
seja aliviado e se possa dormir tranquilo cada noite. É a convicção de ser
AMADO que traz a confiança que fortalece a jornada.
Alguns se sentem sozinhos neste mundo, e verdadeiramente esta vida é
muito dura para se viver só. Sentem que não são amados. Sentem-se
incompreendidos, não aceitos pelos demais, e que ninguém se importa com eles.
Talvez, você já tenha se sentido assim em algum momento. Mas lembre-se que é
preciso CRER NO AMOR DE DEUS e senti-lo fluindo por sua vida. Você deve deixar
que as promessas de Deus sejam sua esperança. Convide-O para fazer parte de seu
dia a dia e viva em Sua presença a cada passo. Saia para enfrentar este dia com um sorriso
nos lábios, não porque tudo está resolvido, mas por acreditar que você tem um
Deus que cuida de você, que o ama e acima de tudo, que é capaz de mudar o curso
do Universo só para salvar você.
Texto adaptado do Seminário de Enriquecimento Espiritual IV.
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