Verso para Memorizar:
“Embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior
número possível de pessoas” (1Co 9:19).
Conceito-Chave: O
tipo de transformação que o evangelho procura realizar só pode acontecer quando
a mensagem de Cristo é vista como relevante para as preocupações e problemas
que as pessoas enfrentam.
Na década de 1960, Don e Carol Richardson viajaram para Nova Guiné
como missionários. Eles queriam compartilhar o evangelho com o povo sawi, um
grupo de canibais caçadores de cabeças que não tinham nenhuma informação nem
noção sobre Deus. Depois de aprender a língua deles, os Richardsons começaram a
contar aos sawi a história de Jesus e Sua crucificação. Os sawi gostaram da
história, mas não da maneira que os missionários esperavam. Do ponto de vista
dos sawi, o herói da história não foi Jesus, mas Judas! Em sua cultura, o
último ato heroico era fingir fazer as pazes com o inimigo e depois traí-lo e
assassiná-lo quando este menos esperasse. Para os sawi, Jesus foi um tolo por
ter-Se deixado enganar tão facilmente.
Não conseguindo convencer as tribos sawi a pôr fim às lutas e mortes
constantes, e desanimados pela falta de sucesso na disseminação do evangelho,
os Richardsons anunciaram que estavam indo embora. Com medo de perder o acesso
à medicina moderna e aos suprimentos que os missionários haviam levado, os
líderes das tribos sawi prometeram fazer as pazes e convidaram os dois
missionários, que não acreditavam nessa promessa, para participar da cerimônia
de paz. Como garantia da paz, as tribos rivais trocaram crianças, que seriam
criadas por outra tribo. Os sawi chamavam cada criança de “terop tim” ou “criança
da paz”. Enquanto essas crianças vivessem, a paz estava assegurada. Embora o
povo sawi considerasse o assassinato uma coisa trivial, assassinar uma criança
da paz era diferente. Para eles não havia ato mais desprezível e vergonhoso que
esse.
Nessa cerimônia, os Richardsons descobriam o segredo de que precisavam
para apresentar o evangelho de modo relevante para o povo sawi. Judas não foi o
herói da história do evangelho. Jesus era a divina Criança da paz, e Judas
havia conspirado para matá-Lo. Horrorizados como o que Judas tinha feito, os
sawi ficaram ansiosos para ouvir o restante da história que contava como Deus
havia trazido a Criança da Paz de volta à vida. Posteriormente, muitos dos
sawi, comovidos pela história do evangelho, tornaram-se cristãos.
Pare para pensar: o povo sawi respondeu ao evangelho somente quando
sua mensagem fez sentido dentro de sua cultura. Que obstáculos culturais
impedem as pessoas de se identificarem com a história do evangelho?
O Majestoso Evangelho dos Romanos – embora a lição dessa
semana trate de uma quantidade considerável de informações históricas sobre
Tessalônica, é importante não perder de vista o objetivo principal do autor: o
domínio de Roma em Tessalônica criou um vazio e fome na vida de muitos
habitantes gentios da cidade. Foi isso que deu a Paulo a oportunidade de
proclamar Cristo como resposta às suas reais necessidades. A importância desse
ponto, e sua relevância para nós, podem ser vistas mais claramente se
considerarmos o contraste entre as alegações feitas por Roma antiga e a
proclamação do Cristo ressuscitado, feita por Paulo.
O Império Romano é frequentemente elogiado por trazer dois séculos de
estabilidade política, segurança e paz para o mundo mediterrâneo. No entanto, a
“paz romana” ocorreu a um preço muito alto: violência, dominação, exploração
das classes pobres e trabalhadores e morte por crucifixão de toda pessoa que
afrontasse ou desafiasse o poder de Roma. Esse foi um fato muito claro para os
líderes judeus em Jerusalém quando eles estavam deliberando sobre o rumo que
deviam tomar ao lidar com Jesus (Jo 11:48-50).
Com o poder e opressão romanos também veio a arrogância romana.
Certamente não há exemplo mais impressionante do que a Inscrição de Priene, que
remonta ao ano 9 a.C., cerca de cinco anos antes do nascimento de Jesus. A
inscrição enche Augusto César de elogios, chamando-o de salvador do mundo e
fonte de paz e justiça.
Num forte contraste, Paulo respondeu a tais afirmações com um
enfático: “Não! Se Jesus é o Senhor, César certamente não é. Tudo que Roma
reivindica para si mesma, Paulo reclamava para o Cristo ressuscitado. Nesse
contexto, é claro que o evangelho de Paulo não era apenas a respeito de como
encontrar vida eterna além do túmulo, mas também incluía o acesso a uma nova
maneira de viver no presidente sob o senhorio de Jesus e pelo poder do Espírito
Santo. O evangelho era um chamado radical para seguir Jesus. Embora os romanos
pudessem ter se aproveitado da esperança inútil que os tessalonicenses
encontravam no culto de Cabirus, Paulo ofereceu uma esperança mais segura,
enraizada no Jesus crucificado, cuja ressurreição havia desafiado não apenas o
poder de Roma, mas a própria morte!
Todas as Coisas para com Todas as Pessoas – Uma das
razões pelas quais a mensagem de Paulo sobre o Cristo ressuscitado teve tanto
sucesso em Tessalônica foi sua capacidade de conectar a mensagem do evangelho
às preocupações e necessidades dos tessalonicenses. Não pense que isso
aconteceu por acaso. Um exame das palavras de Paulo em 1 Coríntios 9:19-22
deixa claro que, antes de pregar o evangelho em algum lugar, Paulo tomava tempo
para conhecer as pessoas que ele estava tentando alcançar.
Em relação a alguns dos líderes de Corinto, Paulo precisava tomar uma
posição decisiva sobre o direito dos cristãos de comer carne vendia no mercado
depois que os animais tinham sido abatidos em templos pagãos e oferecidos
primeiramente aos ídolos (1Co 8:4-6). Visto que os deuses pagãos não existiam
realmente, qual era o mal em comer carne que tinha sido oferecido a eles?
Cristãos que pensavam de outra forma estavam, na opinião de alguns líderes,
sendo supersticiosos e não viviam de acordo com a verdade do evangelho.
Em vez de tomar partido, Paulo defendeu um padrão muito maior para o
comportamento. Ele disse que os cristãos devem ser motivados em primeiro lugar
pelo amor aos outros, não apenas pelo exercício dos próprios direitos. De fato,
alguns “direitos” podem ser um “erro” se eles acabam prejudicando a causa de
Cristo na vida de um irmão (1 Co 8:7-13).
Foi nesse contexto que Paulo falou sobre ser “tudo para com todos”
(1Co 9:22). Quando Paulo esteve entre os judeus, estava disposto a se adaptar
aos costumes e práticas do judaísmo. Se estivesse entre os gentios, não
insistia em mostrar que era judeu. Ele estava disposto a se ajustar a qualquer
contexto social, desde que isso não comprometesse as crenças centrais da sua fé
em Cristo. Sua única preocupação era ter consciência das crenças e costumes das
pessoas e demonstrar sensibilidade para com elas, a fim de encontrar uma oportunidade
de compartilhar Cristo de maneira relevante para elas.
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