Bom, vamos ao comentário da primeira lição desse novo trimestre? Ela
vem com o título “O Evangelho Chega a
Tessalônica”.
Verso para Memorizar:
“Também agradecemos a Deus sem cessar, pois, ao receberem de nossa parte a Palavra
de Deus, vocês a aceitaram não como palavra de homens, mas segundo
verdadeiramente é, como Palavra de Deus, que atua com eficácia em vocês, os que
creem” (1Ts 2:13).
Conceito-Chave para o
Crescimento Espiritual: O sacrifício de Cristo não foi, em última
análise, um erro de justiça, mas parte do plano divino para lidar com o pecado
e restaurar os pecadores à comunhão ininterrupta com Deus.
Nesta semana examinaremos por que a Escritura diz que foi “necessário”
que o Messias sofresse e morresse a fim de cumprir o plano de Deus para redimir
o mundo.
Em 5 de agosto de 2010, aconteceu um desastre numa mina de metais
preciosos no Chile, quando 700.000 toneladas de rocha caíram na entrada
principal da mina, prendendo 33 mineiros a 700 metros abaixo do solo. As
equipes de resgate já haviam quase desistido de encontrar sobreviventes, mas
finalmente, após 17 dias perfurando em diferentes áreas da mina, uma broca
voltou à superfície trazendo um bilhete que dizia: “Todos nós aqui no abrigo
estamos bem”. Miraculosamente, os mineiros haviam sobrevivido, embora quase
tivessem morrido de fome, imediatamente foram elaborados planos para perfurar
um túnel de escape. Enquanto muit9os ficaram frustrados porque o túnel levaria
mais de dois meses para ser perfurado, outros estavam preocupados porque o
tamanho do túnel, que se estendia por 700 metros através da rocha sólida, era
muito pequeno. Por que o túnel tinha que ser tão pequeno? Embora os engenheiros
tivesses explicações detalhadas, a resposta simples foi que isso era “necessário”
para que o resgate tivesse sucesso. Um túnel de escape maior (em uma mina muito
explorada e que tinha mais de um século de existência) era demasiadamente
perigoso. A situação dos mineiros chilenos pode ser comparada com a nossa
necessidade de resgate divino.
A Necessidade do Sofrimento e Morte de Cristo – De acordo
com Lucas, um componente central da apresentação do evangelho aos
tessalonicenses foi o fato de que o sofrimento e a morte de Cristo não foram um
erro trágico, mas uma “necessidade” divina. A palavra grega traduzida como “necessário”
(dei) é significativa para Lucas. Ela
ocorre dezoito vezes em seu evangelho e vinte e duas vezes no livro de Atos.
Lucas usou essa palavra para indicar que os eventos da vida de Jesus não foram
meramente resultado do acaso, mas parte de um plano divino revelado nas
Escrituras para redimir a raça humana.
A primeira vez que Lucas usou essa palavra em seu evangelho foi no
relato de quando, em Jerusalém, José e Maria perderam de vista Jesus. Ele tinha
doze anos de idade (Lc 2:41-51). Quando eles finalmente O encontraram no
templo, Jesus disse que não deveria ter sido nenhuma surpresa que Ele estivesse
ali porque era “necessário” (Eu devia, NVI) que Ele estivesse “na casa de (Seu)
Pai (Lc 2:49). Essa mesma mensagem básica ocorre várias vezes em Lucas, quando
Jesus falou sobre vários aspectos de Sua vida. Jesus falou sobre Sua
necessidade divina de pregar o evangelho, de curar no sábado uma mulher
aleijada, de participar da refeição na casa de Zaqueu, e, mais importante e com
mais frequência, da necessidade de Seu sofrimento, rejeição e morte em
Jerusalém (Lc 13:33, 17:25, 22:37).
Embora seja fácil ver a “necessidade” por trás de alguns desses
eventos, como a cura de alguém para demonstrar o amor de Deus, por que também
foi “necessário” que Jesus sofresse e morresse, como parte do plano de Deus
para salvar o mundo? Deus não poderia ter simplesmente ignorado o pecado ou,
para usar a metáfora do golfe, nos haver dado “uma segunda chance” que não
exigisse Sua morte?
Mesmo que ignorar um pecado pareça uma coisa fácil de fazer, Deus não
poderia ter feito isso sem comprometer Sua justiça e santidade. O pecado não é
um problema trivial. É inteiramente oposto a Deus. O pecado é o mal e causa
sofrimento e morte. Ignorar o pecado teria sido o equivalente a justificar sua
existência. Deus não poderia ter feito isso. Sua natureza exigia que Ele
resolvesse o problema do pecado. No entanto, como um Deus de amor, Ele também
queria oferecer misericórdia aos pecadores.
A fim de ser justo ao lidar com o pecado e ser misericordioso no trato
com os pecadores, Deus decidiu assumir o castigo e a penalidade de nossos
pecados. Ele fez isso enviando Jesus para ser nosso Substituto. Jesus morreu a
morte que nós merecemos, para que tivéssemos a vida que Ele merecia. É
exatamente isso que o apóstolo Paulo explica em Romanos 3:26, onde ele diz que ao
morte de Jesus tornou possível que Deus fosse “justo e o justificador daquele
que tem fé em Jesus”.
A Loucura da Cruz – Leia Romanos 1:16. Enquanto os
primeiros cristãos viam o sofrimento e morte de Cristo como uma parte “necessária”
do plano de Deus para redimir o mundo, judeus e gentios não viam dessa maneira.
A ideia de que o Messias aguardado há muito tempo devesses ser crucificado
parecia absurda para os judeus. O Messias devia ter derrotado os inimigos de
Israel e não ter sido crucificado por eles! Os romanos também pensavam que os
cristãos estavam iludidos em seguir a Jesus. Quem adoraria alguém eu fosse,
pelo menos na mente de um romano, um criminoso crucificado? Do ponto de vista
do mundo, a cruz era um objeto de vergonha e derrota, e não algo a ser
venerado.
Em um pedaço de grafite antigo descoberto em Roma, aproximadamente do
tempo de Paulo, podemos ter um vislumbre do tipo de zombaria e desprezo que os
cristãos devem ter experimentado como resultado de sua fé. Curiosamente, essa
descoberta, conhecida como o grafite de Alexamenos, também parece ser o mais
antigo desenho conhecido da crucifixão de Jesus. Ele retrata uma cena de
crucifixão, em que o indivíduo na cruz tem a cabeça de um burro, mas o corpo de
um homem. Ao lado da cruz, um jovem pode ser visto ajoelhado em adoração.
Rabiscada abaixo da cruz está a declaração: “Alexandre adora (seu) deus”. A
mensagem é obvia: os cristãos eram vistos como estúpidos por acreditar em
Jesus. Nesse tipo de ambiente, não é de admirar que, ao escrever aos Romanos,
Paulo tivesse que lembrar-lhes de que o evangelho do Jesus crucificado e
ressuscitado não era algo de que se devesse envergonhar, mas algo de que se
devia gloriar (Rm 1:16). Foi por meio da “loucura” (1Co 1:18) da cruz que
Cristo venceu o poder do pecado e da morte.
Bons estudos!
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